Qual é o melhor enxaguante bucal?

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Qual é o melhor enxaguante bucal?

Para responder esta questão, qual é o melhor enxaguante bucal, um texto da dentista especialista em halitose Paula Rollemberg

A dúvida quanto ao enxaguante bucal, existe, e infelizmente não se divulga muita informação diferenciada por aí.

Vemos muita propaganda de hálito refrescante, efeito bombástico do enxaguante sobre as bactérias e imagens de frescor congelante. Mas qual benefício real e importante eles trazem ao usuário, isso nem todos sabem.

Realmente existe pouca literatura acessível mesmo, por isso achei o assunto pertinente para que dúvidas possam ser esclarecidas entre pacientes e dentistas.

Os enxaguantes encontrados no mercado, ainda não são muito variados na sua composição. Hoje, além dos que são à base de álcool, existem os que contêm cloreto benzalcônico, dióxido de cloro, peróxido de carbamida, triclosan, cloreto de cetilpiridino. Mas os que são mais conhecidos e utilizados, são os que contêm álcool.

Cada tem sua funcionabilidade, porém os que contêm álcool não são bons para halitose. O motivo é que o álcool queima a mucosa oral, provocando descamação( restos de células mortas) que se acumula na língua  piorando drasticamente o odor. Não esquecendo que ele altera a microbiota oral, matando as bactérias patogênicas e não patôgenicas.É muito utilizado em pós operátorio cirúrgico, com finalidade de evitar uma infecção. E neste caso, ele atende as necessidades se usado em período adequado.

A clorexidina é muito útil em processo de inflamação gengival, já que estimula sua regeneração tecidual, também eliminando bactérias que produzem odores. No entanto, seu uso não pode ultrapassar duas semanas, por causar diminuição de paladar( disgeusia) e manchamento dos dentes. Para halitose, ele não é o ideal.

O triclosan tem ação sobre a formação de CSV ( compostos sulfurados voláteis), porém ao ser diluído em agentes orgânicos necessários a confecção do enxaguante, tem essa vantagem alterada. Ou seja, tem sua eficácia reduzida.

O peróxido de carbamida é outro componente de enxaguante que foi lançado e recentemente tirado do mercado. Seu efeito sobre os odores bucais era evidente e bastante interessante, no entanto a presença do peróxido em uso constante podia provocar uma sensibilidade dentária. Era uma boa opção para halitose.

O dióxido de cloro provoca a redução de CSV, no entanto a sua ação não tem uma duração muito grande. O que provoca uma certa frustração em quem deseja um efeito de hálito refrescante e duradouro.

O cloreto cetilpiridínio tem ação bactericida para uma ampla variedade de bactérias gram-positivas e gram-negativas, alguns fungos e vírus. Seu efeitos colaterais são menos expressivos, comparando aos da clorexidina.

O cloreto benzalcônico possui várias características que fazem dele, o componente mais adequado ao combate da halitose em um enxaguante. Ele promove a diminuição de odores desagradáveis, é mais estável ao armazenamento, não é irritante as mucosas, tem boa penetração sugerindo um bom benefício como bochecho para o mau hálito. Atualmente, é o preferido no caso de tratamento de halitose.

No entanto, todo e qualquer enxaguante só irá ter seu valor se fatores relacionados ao mau hálito estiverem ausentes. Ou seja, quem não escova os dentes corretamente, não usa fio dental, come alimentos carregados, tem baixa salivação e tantos outros fatores que causam halitose, ele será apenas um mascarador de halitose. Ou seja, botar perfume sem tomar banho, não resolve.

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